Revista Comunicação Pública Número 23 (2017)
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Data para Submissão: até 15 de maio de 2017
Número Temático: FOTOGRAFIA E PROPAGANDA NO ESTADO NOVO PORTUGUÊS
Editores: Filomena Serra (IHA/FCSHNOVA) Paula André (DINÂMIA’CET-IUL-ISCTE-IUL) Bruno Marques (IHA/FCSHNOVA)
Organização: Projecto Fotografia Impressa. Imagem e Propaganda em Portugal (1934-1974) [FCT – PTDC/CPC-HAT/4533/2014]
No âmbito do Projecto acima referido, está aberta a chamada de artigos e recensões para publicação no vol. 12, n.º 23 (2017) da Revista Comunicação Pública, da Escola Superior de Comunicação Social, com o fim de constituir um número especial temático sobre o tema da FOTOGRAFIA E PROPAGANDA NO ESTADO NOVO PORTUGUÊS. A relação entre a fotografia e a propaganda como campo de investigação e de estudo no Estado Novo português é relativamente recente, representando um importante contributo para a discussão do modo como o regime se legitimou através das imagens fotográficas. O interesse por este campo de investigação deve-se, sobretudo, à recente abertura ao público dos arquivos fotográficos; às políticas de digitalização e à cada vez maior consciência historiográfica da importância da fotografia e dos arquivos fotográficos como fonte essencial para a investigação académica. Este número da Revista Comunicação Pública pretende dar a conhecer as novas investigações produzidas e em curso sobre a propaganda política do Estado Novo, bem como a sua relação com a circulação e consumo das imagens fotográficas públicas por ele produzidas. Neste sentido, propõe-se analisar o modo como o regime construiu as narrativas visuais de propaganda através do medium fotográfico.
O período abrangido inicia-se no momento em que a imagem fotográfica e os seus autores – os fotógrafos – foram colocados ao serviço do regime por António Ferro, quando este se tornou o responsável pelo SPN-Secretariado da Propaganda Nacional (1933), mais tarde, designado SNI – Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (1944), através das três grandes políticas de propaganda do regime: a «Política do Espírito» para as artes e a literatura, dando simultaneamente a conhecer Portugal ao exterior; a «Política do Gosto» e a «Política do Turismo». As implicações dessa associação consolidar-se-ão através do foto-periodismo dos anos 30 e 40; dos salões de amadores; do impulso às exposições individuais de fotografia; do estímulo às artes gráficas subsidiando revistas e álbuns; ou da utilização em grande escala da fotografia nas exposições nacionais e internacionais; ou na sua utilização na propaganda das grandes obras públicas realizadas. Exploravam-se, então, as potencialidades da fotografia, bem como novas formas de ritualizar o processo de apropriação das representações visuais para fins propagandísticos. Já no pós-guerra, os novos agenciamentos políticos promoveram reformulações e novas estratégias visuais e de propaganda. Simultaneamente, as experimentações fotográficas surrealistas e o discurso neo-realista garantiram outras imagéticas, especialmente num tempo em que a repressão contra a oposição ao regime se viria a acentuar, sobretudo com a Guerra Colonial, em 1961, até ao seu fim em 1974.
Serão bem-vindos os artigos que procurem problematizar a utilização da fotografia enquanto documento, bem como as relações entre fotografia e propaganda, através dos vários media impressos de comunicação visual: na imprensa, em revistas, exposições, catálogos, livros, guias, álbuns fotográficos ou foto-livros e cujas abordagens foquem a actividade dos fotógrafos e as suas práticas. Os estudos comparados, nomeadamente com o fascismo italiano e o franquismo, serão do mesmo modo considerados. Como tópicos meramente indicativos, que se podem cruzar entre si, exemplificam-se os seguintes:
1. Representações performativas: a propaganda da imagem de Portugal para dentro e para o exterior; as exposições nacionais e internacionais; exposições temáticas e coloniais; as viagens presidenciais; cosmopolistismo e nacionalismo; 2. Realizações materiais: obras públicas; arquitectura e urbanismo; paisagem e património; restauro de monumentos; parques e jardins; arquitectura e cultura popular; arte popular; turismo; radio e telecomunicações; folclore; cinema, dança e teatro; nacionalismo e política cultural; 3. Retóricas do corpo: práticas e discursos do corpo na fotografia; retrato; corpo colectivo e militarizado; desporto e ordem política; religião, família e corpo; corpo colonial; representações do corpo e discursos de poder; masculinização da estética do regime; heranças naturalistas e pictorialistas; 4. Contra-imagens e contra-discursos: discursos e imagens de resistência ao Estado Novo; contra-discursos e contra-imagens surrealistas e neo-realistas; exposições e experimentações; fotografia humanista e contestação à política cultural do regime; fotografia e compromisso social; nacionalismo e humanismo.
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Calendário: Data limite para a submissão de artigos: 15 de maio de 2017 Data limite de envio do parecer final: 30 de junho de 2017 Entrega das versões finais: 30 de julho de 2017 Data de publicação do número: 15 de dezembro de 2017
Submissão dos artigos: Os artigos devem ser submetidos para o seguinte endereço electrónico: cpublica@escs.ipl.pt.
Aceitam-se artigos em Inglês, Espanhol ou Português. As colaborações propostas à CP devem ser enviadas em Microsoft Word e conter resumo até 900 caracteres, 5 palavras-chave na língua em que estão escritos e também em inglês (no caso do artigo não estar escrito nesta língua) e os dados de identificação do autor (instituição, categoria, elementos de contacto e área de especialização). Os textos completos dos artigos, com bibliografias, anexos e referências não devem exceder 50.000 caracteres, incluindo espaços, notas, bibliografia, quadros, imagens, etc.; os estudos, notas e recensões individuais não deverão ultrapassar os 10.000 caracteres. (Para mais informações consultar Normas de Publicação). Os autores individuais ou colectivos dos artigos publicados renunciam aos seus direitos de autor a favor da Comunicação Pública.
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