Sebastião Santos, investigador do DINÂMIA'CET-Iscte, apresenta Tese de Doutoramento que identifica assimetrias e vulnerabilidades críticas na Área Metropolitana de Lisboa.
As dinâmicas de polarização socioeconómica e territorial na Área Metropolitana de Lisboa determinam um quadro de vulnerabilidades múltiplas, altamente penalizador da qualidade de vida das populações e da sustentabilidade deste território. Implicam ainda riscos acrescidos face à atual conjuntura de instabilidade no plano internacional. Esta é uma das conclusões de um estudo desenvolvido por Sebastião Ferreira de Almeida, do DINÂMIA'CET-Iscte, e que defende o seu doutoramento no próximo dia 26 de setembro às 10h00 no Auditório B104 do Ed. 2 do Iscte - Instituto Universitário de Lisboa.
Título: Polarização e vulnerabilidade urbana. ‘Periferias’ do planeamento e das políticas públicas na Área Metropolitana de Lisboa
Orientadores(as):
Doutora Maria de Fátima Palmeiro Batista Ferreiro, professora associada com agregação, ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa Doutora Ana Isabel Loupa Ramos, professora auxiliar, Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa Doutor Alexandre Bacelar Gonçalves, professor auxiliar, Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa
Resumo
O agravamento das assimetrias na sociedade e no território contemporâneos justifica a crescente relevância destas temáticas no debate científico dedicado aos estudos urbanos e territoriais. A presente tese pretende contribuir para ampliar e aprofundar o conhecimento sobre a condição desigual do território português, tendo como objeto de estudo a Área Metropolitana de Lisboa. A investigação desenvolvida possui os seguintes objetivos: i) tipificar e mapear fenómenos de polarização urbana; (ii) contextualizar os fatores que explicam esses fenómenos nos ciclos económicos e políticos; iii) apresentar as vulnerabilidades e os riscos que afetam as comunidades e os territórios identificados. Para este efeito, foi definida uma metodologia mista assente em técnicas de análise estatística e de georreferenciação espacial que permitiram uma interpretação dos contrastes existentes a nível metropolitano, bem como uma combinação de métodos qualitativos que possibilitou uma aproximação à realidade quotidiana dos lugares e dos seus intervenientes locais. Considerou-se na proposta metodológica adotada, a sua utilidade futura, enquanto instrumento de apoio à definição de políticas públicas e opções de planeamento. Os resultados obtidos permitiram associar a forte polarização do território metropolitano a um conjunto diverso de vulnerabilidades socioeconómicas, ambientais e institucionais. Defende-se que estas vulnerabilidades resultam de processos de periferização criados no âmbito de decisões político-económicas. Neste sentido, aponta-se para a necessidade de reforçar o quadro de políticas de desenvolvimento territorial que visem reverter o contexto de polarização socioeconómica e espacial observado, melhorar a qualidade de vida das populações e incrementar a sustentabilidade ambiental deste território.
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